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Parque dos Príncipes

Espaço dedicado à cobertura do Campeonato Europeu de Futebol de Selecções a decorrer em França de entre 10 de Junho e 10 de Julho

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Espaço dedicado à cobertura do Campeonato Europeu de Futebol de Selecções a decorrer em França de entre 10 de Junho e 10 de Julho

16
Jun16

Ucrânia 0 - 2 Irlanda do Norte: Vitória Histórica


J.G.

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Nós adoramos o jogo pela sua vertente mais clássica. Analisar os onze de cada equipa, analisar as mudanças em relação ao último jogo, destacar as opções tácticas, notar as nuances nos sistemas de jogo, perceber quem opta por jogar mais defensivo e quem procura a posse bola. Gostamos de ter razão quando vemos um craque confirmar a sua qualidade, ficamos orgulhosos quando uma revelação se confirma, tentamos adivinhar o resultado do jogo com base naquilo que conhecemos. Seguimos o jogo da maneira mais isenta e curiosa que pode haver porque queremos bom futebol, queremos perceber a evolução das equipas, gostamos de entender as tendências do jogo. Costuma ser a beleza do futebol.

 

Depois há os jogos que rompem com isto tudo e passam a ser movidos só por emoções. Qual é a probabilidade de um português estar no seu cantinho a seguir mais um jogo do Euro e acabar todo empolgado a torcer pela Irlanda do Norte? 

Comigo aconteceu hoje. 

No meu caso até chega a ser curioso que 34 anos depois volte a vibrar com a mesma selecção. É que eu recordo-me bem do que gostava da Irlanda do Norte no Mundial 82 em Espanha por causa do avançado Whiteside e do guardião Pat Jennings. E recriava os jogos deles no Subbuteo.

Hoje ao acompanhar o jogo com a Ucrânia fui deixando de lado as preocupações tácticas, posicionais e sistemas. A festa que os adeptos verdes fazem nas bancadas é contagiante, os vídeos que se apanham na internet nos últimos dias com estes irlandeses em festa são incríveis. 

Trouxeram um autêntico hino deste Euro em forma de cântico. Todos estamos viciados no Will Grigg's On Fire.

Então e o Grigg joga? Não. Está no banco. Nem entra. Mas eles cantam sem parar e saltam alegremente enquanto aguentam o 0-0.

E há futebol bonito, inovações tácticas ou jogadores de encantar? Não, nada disso. 

Mas há uma entrega, uma motivação, uma paixão pelo jogo que chega a ser emocionante. A Irlanda do Norte tem uma alma gigante e querem mais do que ninguém fazer história. Querem pelos onze em campo, pelos que estão no banco, pelos que não foram convocados, pelos que estão em casa e pelos que estão ali nas bancadas. Um país atrás de história é isto.

 

Na 2ª parte McAuley fez o 1-0. De cabeça, de bola parada, claro! A festa que se viu no relvado e nas bancadas tem que marcar este Euro. 

O ambiente no estádio era tão louco que as televisões deviam mandar calar comentadores e narradores só para ouvirmos os adeptos. Nesta hora ninguém precisa que nos expliquem nada do jogo. Basta olhar e ouvir, a história está a ser feita de imagens e sons e não merece ser interrompida. Todos defendemos com a Irlanda do Norte, todos suspiramos de alívio a cada corte, a cada defesa de McGovern. 

O jogo é interrompido foi forte chuvada. Ridículo pensaram os irlandeses e nós. Há 4 anos também se interrompeu um jogo mas havia trovoadas na Ucrânia. Siga. O jogo volta mas os verdes continuam unidos. A vitória parece possível.

E quando se contavam os minutos para o fim aparece um segundo milagre, McGinn entrou e marcou numa recarga épica. Para ser bíblico, teria de ter sido o Grigg a marcar... O jogo acabou com o 2-0 mais inesperado do torneio. A Irlanda do Norte ganhou. Todos os que adoramos futebol sorrimos.

Bem, todos não. Os ucranianos não acharam piada e estão perto de serem eliminados. 

 

Melhor em campo: McAuley

 

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