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Parque dos Príncipes

Espaço dedicado à cobertura do Campeonato Europeu de Futebol de Selecções a decorrer em França de entre 10 de Junho e 10 de Julho

Parque dos Príncipes

Espaço dedicado à cobertura do Campeonato Europeu de Futebol de Selecções a decorrer em França de entre 10 de Junho e 10 de Julho

22
Jun16

Itália 0-1 Irlanda : a força dos adeptos!


Pedro Varela

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A Itália já estava apurada e em primeiro lugar, Conte mexeu, e muito, na equipa fazendo oito alterações. Previsível, pois há que começar a preparar o embate de gigantes contra a Espanha nos oitavos de final.

A Irlanda trocou o eixo da defesa com a entrada dos centrais Duff e Keogh, e no meio campo Martin O'Neil colocou Murphy e McClean, este último com uma excelente exibição. A vitória era o único resultado possível para continuar em prova.

 

O que assistimos hoje foi uma vitória do futebol. Não me entendam mal, não pensem que é algo contra a forma de jogar da Itália, nem poderia dizer isso do jogo de hoje, mas este crer, vontade dos Irlandeses suportado pelo incríveis adeptos compensou tudo, por isso no final foi fantástico ver aquela volta ao estádio entre choro e risos numa união perfeita.

Já para não falar daquele abraço de Buffon a Martin O'Neill e a Roy Keane logo imediatamente após o apito final. Quem é grande, grande sempre será e o guardião italiano demonstrou-o. O futebol agradece!

 

As principais oportunidades de jogo foram para a Irlanda. Melhor na primeira parte, com mais posse de bola e a atacar com maior clarividência, com lances perigosos de Hendrick, Murphy e Duffy. A Itália só perto do intervalo é que deu um ar da sua graça num bom remate de Immobile, para logo de seguida a Irlanda reclamar uma grande penalidade sob McClean. Intervalo, o nulo subsistia!

 

A segunda parte começa com um bom lance de Zaza, a Itália não estava em campo para facilitar, apesar das inúmeras alterações na equipa titular, mas a Irlanda voltou a tomar conta do jogo, embora, durante mais de 20 minutos sem grande pressão e a certa altura, parecia incapaz de marcar o golo que valia a qualificação inédita para os oitavos de final.

Até porque a Itália colocou Insigne em campo, jogador importante na ligação entre sectores, e que teve aos 77' a melhor hipótese do jogo ao atirar ao poste de Randolph.

 

A 5 minutos do fim, os adeptos Irlandeses foram do desespero à loucura em 60 segundos. Hoolahan a falhar de forma incrível o golo, grande defesa de Sirigu que substituiu Buffon, para, praticamente a seguir, Brady marcar o golo que deu a vitória e a qualificação histórica.

Agora segue-se a França nos oitavos de final, mas para já, o Euro já lhes sorri e de que forma. Bravo!

 

Homem do jogo: Robbie Brady

 

 

22
Jun16

Suécia 0 - 1 Bélgica: O Despertar Belga no Adeus de Ibra


J.G.

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 A Bélgica passa a fase de grupos de um Europeu 36 anos depois da proeza no Euro de 1980! A vitória contra a Irlanda embalou os diabos vermelhos para um apuramento histórico num jogo em que esteve na expectativa de ver o que faziam os suecos.

A Suécia tinha aqui a última oportunidade de se manter em prova e o seu capitão Ibrahimovic sabia que podia ser o seu último jogo com a camisola amarela caso não tivessem sucesso. Foi um triste final de carreira internacional para o mago "10" que lutou e procurou pelo golo mas nunca mostrou o devido entrosamento com os seus colegas nem com o esquema montado pelo seu treinador. 

Por estranho que pareça, a Suécia não soube tirar partido de um dos melhores jogadores de futebol da sua história e ficou sempre longe das proezas de 1994 ou de tempos mais remotos da década de 50. Por seu lado, Zlatan também nunca conseguiu confirmar a sua mais valia individual e levar a equipa às costas para um nível superior. 

Ficam alguns pormenores de um jogador de classe mundial mas que esbarram numa bem organizada defensiva belga, muito atenta e com um guarda redes à altura das exigências, Courtois foi intransponível. Pode ser que o duelo entre os dois continue na próxima época em Inglaterra.

 

A Bélgica sentiu-se confortável a gerir o encontro mesmo dando a posse de bola ao adversário e nunca abdicou de espreitar com perigo o contra ataque. Quem tem jogadores com a qualidade individual que a Bélgica tem é sempre de esperar algo mais. E foi o que aconteceu aos 84 minutos quando o empate a zero já parecia uma fatalidade, Hazard pela esquerda cruza para Nainggolan arrancar um remate forte e colocado que bateu Isaksson e confirmou o adeus dos escandinavos. Um vitória natural que confirma a Bélgica como selecção a ter em conta e remete a Suécia para um novo ciclo pós Zlatan Ibrahimovic.

 

Melhor em Campo: Courtois

22
Jun16

Hungria 3 - 3 Portugal: Sobrevivência Embaraçosa


J.G.

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Partir para um grupo com adversários tão acessíveis e assumir uma real candidatura ao título parece-nos razoável. Chegar lá e não ganhar um único jogo a Islândia, Áustria e Hungria é preocupante. Acabar o decisivo jogo contra uma equipa com várias reservas da Hungria e não acontecer uma vitória é embaraçoso.

Mais preocupante ainda, após uma miserável exibição em termos defensivos apareceu, finalmente, Cristiano Ronaldo a bisar. Não aproveitar esse balanço e acabar o jogo passivamente confortável a aceitar a "sorte" de um 2º lugar que nos ia levar para o lado negro do caminho para a final enfrentando já a Inglaterra, só pode ser um suicídio colectivo. Por acaso, depois aconteceu mesmo SORTE e a Islândia fez o favor de desviar Portugal para o caminho da Croácia. Menos mau.

Aliás, menos mau é o que caracteriza todo o Euro de Portugal até aqui. 

Hoje, parecia que o espírito das selecções da Hungria de 1954 e de Portugal de 1966 marcaram encontro em Lyon para um festival de golos. Seria entusiasmante se a qualidade do onze titular magiar não fosse tão, vamos lá, banal, e o nível de qualidade do bloco defensivo de Portugal não fosse tão vergonhoso.

À partida parece impossível sofrer 3 golos desta Hungria mas a verdade é que não só se sofreu como vimos Portugal a andar sempre atrás do resultado. Surreal!

Em termos de opções de Fernando Santos, o treinador foi igual a si mesmo. Optou por manter João Moutinho a titular sem que nada o justifique. Apostou em Eliseu por lesão de Guerreiro, e lançou João Mário, William e André Gomes para uma primeira parte para esquecer. 

Nem vale a pena falar dos golos sofridos de tão consentidos que foram, é preferível destacar a entrada de Renato Sanches na 2ª parte para o lugar de Moutinho e depois de Quaresma para o lugar do desgastado André Gomes. 

Com a loucura instalada no marcador, golo da Hungria, resposta de Portugal, o jogo pedia a velocidade e improviso de Rafa. Fernando Santos achou melhor fechar a equipa lançando... Danilo! Como os, já apurados, húngaros também já tinham encerrado as visitas ao meio campo adversário, o jogo arrastou-se de forma embaraçosa para o seu final. Isto mesmo sabendo que no outro jogo havia um empate que empurrava Portugal para o tal lado negro da competição. Incompreensível! 

 

Portugal passa a ser um dos símbolos deste anormal Europeu com novo figurino onde o mais complicado, quase impossível, é ser-se eliminado! É preciso ser muito medíocre para fazer as malas no final desta primeira fase. Portugal conseguiu estar ligeiramente acima desse horrível nível.

Não se vislumbra um onze tipo, não se entendeu o que pretenderam os responsáveis técnicos da Selecção a não ser evitar uma morte prematura e muito humilhante. Sobreviveu-se mas é preciso ser muito optimista para imaginar Ronaldo a levantar a Taça em Paris no próximo mês. Pelo menos, hoje Cristiano chegou ao Euro com estrondo, dentro e fora do relvado e isso é bom.

 

Melhor em Campo: Cristiano Ronaldo

22
Jun16

Islândia 2-1 Áustria: Bravos nórdicos confirmam qualificação!


RSolnado

 

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A Islândia qualificou-se para os oitavos de final, mas o golo nos descontos foi agridoce. O jogo de Portugal já tinha terminado e os nórdicos saltaram do terceiro para o segundo lugar, indo assim defrontar a Inglaterra nos oitavos de final. A Áustria vai para casa como uma das grandes desilusões do Europeu.

Jogo decisivo, a Islândia a repetir o 11 pelo terceiro jogo consecutivo, Koller a inventar novamente, desta feita um esquema de 5-3-2 a transformar-se em 3-4-1-2 em ataque, com Alaba atrás dos avançados “livres”, os extremos Arnautovic e Sabitzer. Primeira ocasião do jogo, tiro de muito longe de Gudmundsson a embater com estrondo na trave, ainda só íamos com 2 minutos de jogos.

 

A Áustria estava inofensiva até Halldórsson inventar e corrigir no mesmo lance, quase que perdeu a bola para Arnautovic. Aos 18 minutos, 1x0 no marcador num clássico da Islândia. “Cruzamento” de Gunnarsson num lançamento lateral longo e bem tenso, o central Árnason a ganhar nas alturas e a bola a sobrar para Bödvarsson que atirou a contar.

A Islândia baixou as linhas mas pouco se viu do outro lado a não ser um par de ameaças pelo inconformado Arnautovic. Aos 36’, oportunidade soberana. Grande penalidade infantil de Skúlason a puxar Alaba. Na conversão não foi estranhamente Alaba, mas sim Dragovic a bater: O central rematou ao poste. Expulso no primeiro jogo, voltou hoje à equipa para terminar um Europeu para esquecer.

 

Ao intervalo Koller operou duas substituições e voltou à formula de sucesso da qualificação, um 4-2-3-1 com Janko na frente. É certo que privado e Harnik e Junuzovic por lesão, faltavam os artistas para desequilibrarem. Mas a jogar num esquema mais rotinado, a equipa melhorou claramente. Alaba teve boa perdida, e aos 60’ chegou o empate. Excelente a arrancada de Schöpf pelo meio do campo, a evitar tudo e todos e rematar para golo.

No outro jogo do grupo sucediam-se os golos, mas os austríacos sabiam que tinham de ganhar. A Islândia agarrava-se ao empate e as substituições foram todas de marcha-atrás. A Áustria teve várias ocasiões de golo, mas foi desperdiçando… Rematando demasiadas vezes de longe, já que a Islândia chegava a defender com a equipa toda dentro da área.

 

No desespero as bolas iam sendo bombeadas para área nórdica. Em cima da hora, a equipa saiu em contra-ataque, cavalgada dos suplentes com Bjarnason a não ser egoísta e dar o golo a Trautason, que desviou já em queda. Festa total islandesa, que assim ganhava o seu primeiro jogo num Europeu. No apito final quando os jogadores se aperceberam que a vitória valia o 2ºlugar, notou-se algum desapontamento nos rostos. Que durou pouco, depois tempo de festejar com os adeptos. Em grande!

A Áustria vai para casa depois de o treinador ter deitado fora o plano da qualificação. Correu mal no primeiro jogo, mas os planos alternativos foram ainda piores. Lesões, demasiadas mudanças tácticas, falta de rotinas e somente um ponto no grupo onde era apontados como candidatos claros a passar.

 

Nota final para o péssimo estado do relvado de Saint-Denis. Num palco que ainda via receber três jogos do Europeu, entre os quais a final, parece que aparecem toupeiras a toda a hora... A UEFA terá de pensar numa rápida solução, o próximo jogo é só segunda-feira e pode ser que isso ajude.

Homem do jogo: Árnason.