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Parque dos Príncipes

Espaço dedicado à cobertura do Campeonato Europeu de Futebol de Selecções a decorrer em França de entre 10 de Junho e 10 de Julho

Parque dos Príncipes

Espaço dedicado à cobertura do Campeonato Europeu de Futebol de Selecções a decorrer em França de entre 10 de Junho e 10 de Julho

17
Jun16

Espanha 3-0 Turquia : banho turco dos Espanhóis!


Pedro Varela

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Por razões diferentes havia a curiosidade de compreender como iriam jogar Espanha e Turquia após as suas estreias no Europeu. A Espanha que vinha de uma vitória por 1-0, justa mas arrancada a ferros, entrou em campo sem alterações no 11 inicial, Vicente del Bosque entendeu não mexer na estrutura que tinha apresentado na primeira jornada. A vitória hoje dava a qualificação para os oitavos de final, vale a pena recordar que esta Selecção Espanhola não perde na fase de grupos desde 2004 contra Portugal.

A Turquia, depois de uma exibição apagada diante da Croácia, onde perdeu por 1-0, tinha de entrar neste jogo com esta predisposição, uma nova derrota podia colocar um ponto (quase) final na participação no Euro, mas Fatih Terim apenas realizou uma alteração em relação ao 11 do primeiro jogo, na frente de ataque entrava Burak Yilmaz, avançado do Beijing Guoan.

 

O domínio Espanhol foi completo nos primeiros 45 minutos. Mas comecemos pelo amarelo a Ramos logo no primeiro minuto. Não se percebe como um jogador experiente arrisca desta forma. Ah...é o Ramos!

As oportunidades de golo foram aparecendo em catadupa, primeiro por Morata num remate forte defendido para canto, depois a bola ao poste no desvio do turco Hakan Balta, Morata estava lá para emendar e Piqué, novamente de cabeça, sozinho, quase a inaugurar o marcador.

Refira-se que a primeira oportunidade da Turquia foi de livre directo aos 23 minutos. 

 

Seguiram-se 8 minutos de excelente futebol com destaque para Nolito e Morata. E Iniesta, mas já lá vamos. Aos 28', Nolito tem uma excelente oportunidade para abrir o activo, aos 34' novamente Nolito no lance, a assistir para Morata marcar o primeiro golo do jogo e 2 minutos depois, após um desastroso alívio de Topal, nem se percebe bem o que queria fazer, Nolito com calma colocou a bola no fundo da baliza de Babacan.

 

Ao intervalo o resultado era de 2-0 para a Espanha e percebia-se que estávamos perante o primeiro jogo do Euro em que uma Selecção iria marcar três ou mais golos.

 

E assim foi!

 

Com dois minutos na segunda parte, numa triangulação fantástica entre Iniesta, Alba e Morata, surgia o terceiro golo da Espanha. De notar, que a "Roja" nos primeiros 45 minutos tinha 68% de posse de bola, mais de 330 passes completos, o triplo dos Turcos, com uma percentagem de sucesso perto dos 90% e dois golos. Um luxo!

 

O sentido do jogo pouco se alterou na segunda parte, apesar da saída de Calhanoglu para a entrada Sahin na Turquia, a Espanha continuou em busca de mais golos.

 

Pelo meio, uma situação caricata. Arda Turan faz um gesto para os seus adeptos Turcos, de descontentamento pelas críticas no primeiro jogo, onde admitiu não ter jogado bem, mas que as críticas eram pesadas e até de certa forma injustas. Mas os adeptos não compreenderam e a partir desse gesto em campo, continuaram a não perdoar as suas exibições e assobiaram-no sempre que tocou na bola. Diria que com o jogo em 3-0, Terim podia ter poupado o seu jogador a este triste espectáculo!

 

A Espanha jogou sem pressão os últimos 20 minutos de jogo. Deu para efectuar alguma substituições que permitia descansar alguns jogadores importantes para o próximo encontro, Fabregas saía para dar lugar a Koke e minutos antes já Bruno tinha entrado para o lugar de David Silva.

 

Recupero Iniesta, tal como tinha referido em cima, para dar razão ao que Camacho tinha dito no primeiro jogo da Selecção Espanhola, quando venceram por 1-0 com assistência do médio Espanhol. O jogador do Barcelona há muito que já merece uma bola de ouro, é uma autêntica delícia ver como trata a bola, a forma carinhosa como a endossa para os seus colegas que, habitualmente, têm mais de metade do trabalho feito após as suas assistências. O terceiro golo mostra-o, Alba agradece!

 

A melhor oportunidade Turca na segunda parte surgiu aos 86', por Ozyakup, mas Azpilicueta, que tinha acabado de entrar em campo, não permitiu. Muito pouco para uma Turquia que já tinha feito um pálido jogo contra a Croácia e hoje esteve praticamente no nível zero. Muito pobre!

 

Vitória justíssima da Espanha que assim arruma as contas do apuramento e apura-se para os oitavos de final do Europeu ao fim de duas jornadas. A primeira Selecção a marcar 3 golos!

 

Homem do jogo: Iniesta

 

17
Jun16

República Checa 2 - 2 Croácia: Os Croatas Com Adeptos Destes Não Precisam de Adversários...


J.G.

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Por muitos torneios que vejamos, por muito futebol que nos passe pela vista, há situações que nunca vamos entender. O Final de jogo em Saint-Ètienne ficará na história deste Euro como a sequência mais surreal que já se viu, sendo que os adeptos resolveram trair a própria equipa!

 

Comecemos pela entrada das equipas para esclarecer já que escolhemos Srna como melhor em campo pela sua atitude incrível de continuar a jogar o Euro depois de ter ido ao funeral do seu pai na Croácia. Logo ao ouvir o hino tivemos uma das imagens mais fortes do campeonato com o capitão croata emocionado a chorar. Depois entregou-se ao jogo como é seu timbre e arrancou uma exibição muito honrosa.

 

A Croácia aproveitou o balanço que trazia da vitória na estreia e apresentou o mesmo onze que defrontou a Turquia. Dominaram o jogo todo e estiveram sempre mais perto de marcar. Era uma questão de tempo. Foi ao minuto 37 que Badelj desmarcou Perisic que aproveitou a fraca oposição para abrir o marcador. Era o segundo golo do dia para um jogador do Inter, depois de Éder ter dado a vitória à Itália.

Na 2ª parte o jogo não mudou muito e a Croácia chegou com naturalidade ao 2-0, Brozovic serviu Rakitic que aproveitou para dar uma vantagem mais justa à sua equipa. 

O jogo parecia resolvido e a R. Checa era uma desilusão. Vrba resolveu apostar em Lafata que voltou a ser uma nulidade e continuava com o seu ataque muito dependente de Rosicky. Foi o "10" checo que deu uma esperança ao seu país quando fez um belo passe para uma fabulosa cabeçada de Skoda fazer o 2-1. Já o treinador tinha mexido na equipa e a diferença notou-se de imediato. Não só com a presença de Skoda como também de Necid a criar algum respeito à defesa contrária.

 

Os croatas sentiram que a vitória estava em perigo e reagiram muito bem voltando a ter a bola espreitando o 3-1. Entretanto, já tinham perdido Modric por lesão e viriam a perder a cabeça com uma atitude vergonhosa dos seus adeptos. A poucos minutos do fim, da bancada dos croatas chovem tochas acesas para o relvado! Cerca de 15 tochas caíram na zona entre a grande área de Cech e a bandeira de canto. Pior, um dos bombeiros que tentava limpar o relvado rapidamente ia pegar num petardo que rebentou na altura em que se aproximou. Inacreditável. Jogo parado, jogadores croatas incrédulos a pedirem contenção, bancadas com clareiras e adeptos a lutarem entre si, polícia indecisa perto do relvado a assistir a tudo. Enfim, este Euro está a ter problemas a mais.

 

Como castigo, os croatas desconcentraram-se, os checos acreditaram e o defesa central Vida resolve por a mão na bola na sua área oferecendo um penalti que Necid agradeceu e transformou num empate impensável até aos 75 minutos de jogo. Já estávamos em tempo extra e foi mesmo a R. Checa a estar perto da reviravolta. Acabou com um empate que deixa uma esperança de sobrevivência para os checos. 

A Croácia terá de esperar pela reacção da UEFA e lutar na última jornada pelo apuramento com a ... Espanha. 

 

Melhor em campo: Srna

17
Jun16

Itália 1-0 Suécia: Italianos nos oitavos!


RSolnado

 

Nas equipas iniciais, Conte trocou Darmian por Florenzi, que estranhamente jogou na esquerda e não mostrou grande capacidade para tal. O homem da Roma sente-se melhor do lado direito e revelou dificuldades para se integrar na manobra da equipa. Do outro lado Ekdal rendeu Lewicki, e Guidetti rendeu Berg.

Uma primeira parte sem sal nem pimenta, foram 45 minutos de tédio sem qualquer perigo junto das balizas. Somente 2 remates para cada lado e apenas um à baliza. As equipas muito encaixadas, a Itália a apostar na saída controlada e nos passes directos com a bem coordenada defesa sueca a dominar nas alturas. Tal como no primeiro jogo, a Suécia mostrou uma enorme falta de ideias com bola. A equipa raramente se desorganiza, mas para ganhar jogos é preciso marcar golos, para marcar golos é preciso criar situações para tal.

Na etapa complementar o jogo pouco mudou. A Itália entrou mais pressionante e numa par de cantos e alguns cruzamentos levou perigo relativo à baliza de Isaksson. O jogo foi seguindo sem muito entusiasmo e não mudava de paradigma. Pobre Suécia ofensivamente, Itália pragmática, a correr poucos riscos. Aos 60’ começou a dança dos bancos, Pelle deu lugar a Zaza apostando assim Conte num ataque mais móvel, já que a defesa sueca estava a dar conta do mais posicional Pelle.

A Suécia iria terminar o jogo sem nenhum remate à baliza. Aí vão 180 minutos no Euro e nem um remate enquadrado…a melhor ocasião deste jogo veio num lance de fora de jogo, Zlatan à boca da baliza teve um falhanço incrível, mas estava em posição irregular. Se não estivesse, tinha razões para dar umas valentes cabeçadas no poste.

Conte tirou o amarelado De Rossi e lançou Thiago Motta, e foi colocando o jogo no frigorífico até ao golpe final. Aos 82’ o aviso italiano. Giaccherini apareceu no jogo com um cruzamento perfeito para a entrada de Parolo nas costas da defesa, o cabeceamento foi à barra. Aos 88’, o golo da vitória: lançamento lateral longo de Chiellini executado de forma rápida, Zaza a ganhar de cabeça e assistir Éder, o italo-brasileiro ainda tinha força para arrancar em velocidade em diagonal da esquerda para o meio a fugir à defesa, atirando forte e colocado sem hipóteses para Isaksson!

Mais um golpe à italiana, o 2x0 ainda espreitou mas Isaksson negou o golo a Candreva. Apito final, dois jogos e seis pontos depois a Itália já está nos oitavos de final, e caso a Irlanda não vença a Bélgica amanha, até fica já com o primeiro lugar garantido no Grupo E. Nada mau para aquela que era a pior Itália de sempre. A Suécia terá de reinventar o seu futebol no derradeiro jogo para não ficar pela fase de grupos.

Homem do jogo: Éder